O Bom Dinossauro – Invertendo Papéis
O Bom Dinossauro (The Good Dinosaur, EUA, 2015), o novo filme da parceria Disney-Pixar chegou aos cinemas nesta quinta-feira, 7 de janeiro com uma proposta de inversão de papéis. O filme visiona um futuro (ou seria um passado?) no qual o asteroide supostamente responsável pela extinção dos dinossauros, 65 milhões de anos atrás, errou seu alvo. O que aconteceria então?
O filme acompanha um apatossauro (um dinossauro herbívoro que teria vivido na região da América do Norte no período Jurássico) chamado Arlo. O mais novo de três irmãos, ele também é o menor e mais frágil. Sua família possui uma fazenda (fique calmo e me acompanhe) com uma plantação de milho e até galinhas. Mas Arlo tem dificuldades em executar até mesmo as tarefas mais simples como alimentar as galinhas, de quem ele tem pavor. Seus irmãos, pelo contrário, não partilham das mesmas dificuldades o que, lentamente, vai deixando Arlo cada vez mais amargurado.
As coisas se tornam ainda mais complicadas para ele, quando alguém começa a roubar a comida da fazenda. O pai de Arlo captura uma pequena criança selvagem e obriga seu filho a dar cabo dela, em uma tentativa de ensiná-lo a ter mais coragem. No entanto, Arlo não é capaz, libertando a suposta criatura. O pai de Arlo fica muito bravo e persegue a criança seguindo o curso do rio. Quando uma chuva torrencial começa a cair, o pai de Arlo se afoga quando o rio transborda.
A vida segue melancólica até que a criatura humana retorna para roubar comida. Desta vez, Arlo, enfurecido decide ir atrás dela mas acaba caindo no rio assim como seu pai. Quando acorda, está distante de casa e precisa passar por uma série de provações e enfrentar diversos inimigos para conseguir voltar. Nesse processo, ele e a criança humana acabam formando uma amizade que os ajudará a superar os obstáculos à frente. Dessa forma, os papéis se invertem: o dinossauro é o protagonista e seu bichinho de estimação é uma criança humana.
Tudo bem. Eu admito que O Bom Dinossauro tem uma boa proposta mas é meio precário em trama. Porém, muitas vezes, boas histórias são contadas por meio de tramas muito simples e este é o caso. Voltado para um público mais infantil do que as recentes animações da Pixar, O Bom Dinossauro é brilhantemente animado, conduzido e contado – como a maioria dos desenhos que saem do estúdio.
Os cenários são extremamente realistas e parecem fotografias, tamanha a qualidade da animação. Não obstante, os protagonistas possuem uma fisionomia cartunesca, o que também é uma característica das animações computadorizadas tanto da Pixar quando de outros estúdios. Mas o filme é brilhante em seu uso de cor e iluminação, dando não só um aspecto realista às cenas mas acrescentando peso dramático às situações. A trilha sonora composta por Jeff e Mychael Danna nunca é grandiloquente ou melodramática, o que também ajuda.
Considerado um dos piores desenhos da parceria Disney-Pixar dos últimos anos, eu fiquei positivamente surpreso com O Bom Dinossauro e a maneira como ele trata sobre amizade, família, coragem e legado, de forma a se comunicar bem tanto quanto crianças como com adultos.
Muito legal, gostei.